A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu o nome Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fugiram para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva á conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.
Neste período haviam duas castas de dançarinas:
- As Awalim: Consideradas cultas demais para a época, poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, cortesãs de luxo da elite dominante, e que fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram.
- As Ghawazee: Dançarinas populares, ciganas de origem indiana descendentes dos Sinti, que passavam o tempo entretendo os soldados. As Ghawazee descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial e foram proibidas de se aproximarem das barracas do exército. No entanto, a maioria não respeitava as novas normas estabelecidas, e como consequência, quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e as cabeças foram lançadas ao Nilo.
Em 1834, o governador Mohamed Ali, proibiu as performances femininas no Cairo, por pressões religiosas. Em 1866, a proibição é suspensa e as Ghawazee retornam ao Cairo, pagando taxas ao governo pelas performances.
No início da ocupação britânica em 1882, clubes noturnos como teatros, restaurantes e music halls, já ofereciam os mais diversos tipos de entretenimento.
O cinema egípcio começou a ser rodado em 1920 e usou o cenário dos night clubs, com cenas da música e da dança regional. Hollywood passou a exercer grande influência na fantasia ocidental sobre o oriente, modificando os costumes das dançarinas árabes. Surgiram dançarinas consagradas, como Nadia Gamal e Taheya Karioca, entre muitos outros ainda hoje estudados pelas praticantes da Dança Oriental. Criaram-se bailarinas para serem estrelas, com estudos sobre dança, ritmos árabes e teatralidade.
No Brasil a dança foi difundida pela mestra síria Sharahzad e mestra Saamira Samia.
A Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresente regulações quanto ao aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.
Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:
Espada:
- A bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibrá-la em diversas partes do corpo.
- Pontos de equilíbrios mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa.
- É considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música.
Punhal:
- O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos.
Véus:
- É uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada a pouco tempo.
- Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entendê-la e apreciá-la.
Vídeo: Dança do Ventre com Véus
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