domingo, 6 de junho de 2010

Instrumentos da Música Árabe

Instrumentos de Corda:
  •  Alaúde: O alaúde é um instrumento musical da família dos cordofones. É de corda palhetada ou dedilhada, com braço trastejado e com a sua característica caixa em forma de meia pêra ou gota. A origem da palavra alaúde possivelmente remontam da palavra árabe al'ud, "a madeira". Alguns investigadores sugerem também que seja uma simplificação da palavra persa rud, que significa corda









  • Violino: O violino é um instrumento musical de cordas friccionadas. Corresponde ao soprano da voz humana. Possui quatro cordas: Mi4, Lá3, Ré3 e Sol2. O timbre do violino é agudo brilhante e estridente, mas dependendo do encordamento utilizado, podem-se produzir timbres mais aveludados. 













  • Bouzouki: Originalmente, o bouzouki tinha três cordas duplas com afinação mais comum: Ré-Lá-Ré (outras afinações como Mi-Lá-Mi e Dó-Sol-Ré também poderiam ser usadas). Hoje em dia encontram-se bouzoukis de quatro cordas duplas com afinação Dó-Fá-Lá-Ré. 













Instrumentos de Percussão:

  • Riqq: É um tipo de pandeiro, usado tanto para a música folclórica quanto para a clássica. Originalmente tem a sua estrutura feita de madeira, embora hoje em dia pode-se encontrar estruturas de metal. Possui também chocalhos e a superfície é feita com pele de peixe ou cabra, mas também pode ser encontrado com material sintético.





  • Mazhar: O Mazhar é um tipo de pandeiro maior e pesado. A sua estrutura é geralmente feita de madeira. Seus chocalhos de bronze são bem largos.















  • Bendir: Bendir é um membranofone com origem no Norte da África, mais propriamente em Marrocos. É uma espécie de tamborim, com cordas ou elásticos esticados no interior junto à pele.













  • Derbak: Obtem-se dele uma variedade de sons extremamente rica. Antigamente o corpo do derbak era feito de barro, revestido com pele de animal. Mas isso precisou ser mudado e hoje em dia o derbak é feito de alumínio e revestido com pele sintética.






  • Bongô: É um instrumento musical do tipo membranofone, composto por sete pequenos tambores unidos entre si. Em geral abertos na extremidade oposta à pele e o corpo é geralmente cônico e constituído de várias peças de madeira encaixadas e presas por um ou mais anéis metálicos, numa construção semelhante a um barril. Um dos tambores tem um diâmetro um pouco maior que o outro, isso faz com que um seja mais grave que o outro. 





  • Snujs: São címbalos de metal, tocados pelos músicos ou pelas bailarinas enquanto dançam. 























Instrumentos de Sopro:

  • Mijüêz: Mijüêz significa "duplo" em árabe, e é um tipo de clarineta de junco dupla. Os dois tubos de junco são idênticos, pregados com piche ou cera de abelha, tem cinco ou seis furos cada um. Dentro de cada tubo tem um outro tubo menor, partido de forma que vibre para produzir o som. O Mijüêz é tocado com o bucal todo dentro da boca por um método chamado "respiração circular", que permite ao músico produzir um som contínuo e ininterrupto. Os tubos geralmente são tocados em unissono. 









  • Mizmar: Pode ser uma flauta única ou dupla.





      sábado, 5 de junho de 2010

      Estilos

      Egípcio:
           Geralmente acompanha-se mais o ritmo de um instrumento do que a melodia, ainda que existam dançarinas que dancem um tanto "melodicamente" às vezes. Possui um estilo um tanto leve, o que faz a dança parecer muito fundamentada e tradicional. A dança do ventre egípcia é profundamente mergulhada na música folclórica e na dança do Egito. Os ritmos Saidi e suas variações são muito comuns.
       



      Turco:
           O estilo turco é influenciado por várias danças folclóricas da Turquia, assim como as danças folclóricas dos ciganos que vivem no país. Muitas dançarinas e músicos são ciganos e deram seu próprio toque especial à dança.
            Há geralmente ritmos populares com uma estrutura de 5, 7 ou 9 tempos juntamente com ritmos de 4 e 8 tempos. O estilo turco clássico possui alguns pontos em comum com as eras de ouro e clássica do Egito e do Líbano, mas também possui um caráter patriótico muito forte oriundo da época do Império Otomano. No entantom, o atual estilo turco de dança do ventre é muito mais alegre e expansivo. 




       Libanês:
           A dança do ventre libanesa pode incluir complexos movimentos em seus padrões. A dançarina realiza intrincados movimentos de abdômen, quadril, com próprio modo de andar, além de movimentar elegantemente os braços, principalmente quando dança no estilo clássico, que possui muita semelhança com a era de ouro do estilo egípcio. 













      Americano:
           Ao longo do século XX, surgiram casas noturnas de imigrantes do Oriente Médio onde vários deles se reuniam para apreciar a música e a dança de seus países. Geralmente eles eram um grupo misto formado por árabes, armênios, turcos, gregos e persas. A música seria uma mistura de canções populares de todas essas diferentes culturas. As dançarinas eram as próprias imigrantes e, mais tarde, seriam americanas que se apaixonaram pelo Oriente Médio após conhecerem sua cultura, música e dança. Elas aprenderam atravás de filmes, postais, pinturas e qualquer outra coisa que chegasse às suas mãos. E assim surgia um estilo único de Dança Oriental que misturava influências de diferentes países do Oriente Médio e muita imaginação.
          Algumas das características que diferenciam o estilo americano, além de uma grande mistura de elementos de várias culturas do Oriente Mádio, incluem uma maior utilização dos snujs, danças com véus, espadas e cobras.  

      Tribal:
           A música usada é de origem norte africana, indiana, turca e árabe. As roupas trazem elementos da Índia, Turquia, Afeganistão e África do Norte. Tudo isso misturado aos movimentos trazidos do estilo americano, do flamenco e da dança indiana. As tatuagens também são muito populares entre as dançarinas de Tribal. Algumas dançarinas diferenciam o puro Fat Chance e o estilo Tribal americano do estilo Tribal improvisado.
      • Tribal Fusion: Estilos derivados do estilo Tribal americano incluem o Tribal Fusion e a Dança do Ventre Tribal moderna. Estes utilizam bastante da estética do Tribal americano. No entanto, ao invés de ter como base a improvisação, as danças do Tribal Fusion são geralmente coreografadas. Os estilos se fundem ainda mais com outras formas de dança como Break Dance, Hip Hop, Dança Indiana, Polinésia (do Oeste Africano), entre outras. Além disso, usam músicas contemporâneas como Breakcore e Etno-rock. O Tribal Fusion é fortemente influenciado pela Ioga. 
      Cigano:
           O estilo cigano na Dança do Ventre vem de uma interpretação ampla e liberal das danças ciganas, primeiramente da Turquia, Espanha, dos Balcãs e do Egito. Acredita-se que os ciganos são originários do Norte da Índia. Na década de 60, as dançarinas americanas começaram a incorporar elementos do vestuário, da música e dos passos ciganos às suas apresentações de Dança do Ventre. 
          O estilo cigano utiliza técnicas e movimentos de Dança do Ventre, adicionando à eles passos ciganos e do folclóre oriental. A dança cigana é conhecida por sua paixão, exuberância e energia. As dançarinas utilizam adereços como pandeiros e snujs.
          As canções ciganas mais "puras" e tradicionais são usadas na Dança do Ventre. Porém são mais comuns as músicas que trazem uma mistura de elementos ciganos, turcos, árabes e europeus. Violinos, guitarras e pandeiros são alguns instrumentos bastante comuns também.
           Tecidos pesados em tons opacos são usados em saias volumosas e calças no estilo "harém". Na parte de cima as dançarinas usam blusas e tops decotados e/ou com mangas volumosas. As saias são geralmente onduladas (como no flamenco). Nos quadris é comum o uso de xales com franjas e de cinturões de metal. Na cabeça a dançarina pode usar um lenço ou adorno.


       Gótica:
           Proveniente das tribos urbanas góticas dos Estados Unidos, combinando música indiana e do Oriente Médio com música Ocidental, especialmente Metal Gótico, Metal Punk e recentemente Techno.
            A Dança do Ventre gótica não visa parecer "estranha" ou um "filme de terror caseiro", ela tem como finalidade transformar em arte o lado obscuro da alma. Para isso a bailarina procura desenvolver um vocabulário de dança que mostre compenetração, sedução, sofrimento usando até Mudras (posições sagradas indianas) para envocar uma aura de encantamento e mistério. As apresentações são sempre coreografadas, trabalhadas. Toda dança segue um objetivo: criar uma dimensão nova que exprima dança e sentimento unidos em uma densa interpretação.
           O preto, as peças metálicas e as roupas feitas de material plástico entram em destaque. As bailarinas investem em maquiagem drag e um penteado elaborado, assim como no estilo Tribal, mas todo visual tem um toque dark, como o uso de meias arrastão, couro, espartilhos... tudo preto. Maquiagem para ficar pálida, também é o objetivo.


      Danças folclóricas

           As danças folclóricas normalmente retratam os costumes ou rituais de certa região, e por isso são utilizadas roupas diferentes das de Dança do Ventre clássica.
      • Candelabro (shamadan): Elemento original egípcio, o candelabro era utilizado no cortejo de casamento, para iluminar a passagem dos noivos e dos convidados. Dança-se atualmente, como uma representação deste rito social, utilizando o ritmo zaffa.
      • Taças: Variação ocidental da dança com candelabro.
      • Khaligi: Dança genérica dos países do golfo pérsico. É caracterizada pelo uso de uma bata longa e fluida e por intenso uso dos cabelos. Caracteriza-se por uma atmosfera de união familiar, ou simplesmente fraterna entre as mulheres presentes. Dança-se com ritmos do golfo, principalmente o soudi.
      • Jarro: Representa o trajeto das mulheres em busca da água. Marcada também pelo equilíbrio.
      • Säidi: Dança do sul do Egito, podendo ser dançada com o bastão (no ocidente, bengala).
      • Hagallah: Originária de Marsa Matruh, na fronteira com o deserto líbio.
      • Meleah laff: Representação do cotidiano portuário egípcio de Alexandria. As mulheres trajam um pano (meleah) enrolado (laff) no corpo.
      • Snujs: Pequenos címbalos de metal, os snujs eram usados pelas sacerdotisas para energizar, trazer vibrações positivas e retirar os maus fluídos do ambiente, além de servir para acompanhar o ritmo da música.
      • Serpente: A dança com a cobra é considerada ato circense - a cobra era considerada sagrada no Antigo Egito e por isso algumas bailarinas fazem alusão nas performances - mas não é considerada representativa da dança.

      Evolução técnica

           Tecnicamente, os movimentos são marcados pelas ondulações abdominais, de quadril e tronco isoladas ou combinadas; ondulações de braços e mãos, tremidos e batidas de quadril (shimmies), entre outros. 
           As ondulações abdominais consistem na imitação das contrações do parto: tribos do interior do Marrocos realizam ainda hoje rituais de nascimento, nos quais as mulheres se reúnem em torno da mulher que está prestes a dar a luz com as mãos unidas, e cantando, realizam as ondulações abdominais a fim de estimular e apoiar a futura mãe a ter um parto saudável, sendo que a futura mãe fica de pé, realizando também os movimentos das ondulações com a coluna.
           Ao longo dos anos a Dança do Ventre sofreu diversas modificações, inclusive com a inclusão dos movimentos do Ballet clássico russo, em 1930.
        

      Evolução histórica

           A dança começou a adquirir o formato atual, a partir de maio de 1798, com a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, quando recebeu o nome Danse du Ventre pelos orientalistas que acompanhavam Napoleão. Porém, durante a ocupação francesa no Cairo, muitas dançarinas fugiram para o Ocidente, pois a dança era considerada indecente, o que leva á conclusão de que conforme as manifestações políticas e religiosas de cada época, era reprimida ou cultuada: o Islamismo, o Cristianismo e conquistadores como Napoleão Bonaparte reprimiram a expressão artística da dança por ser considerada provocante e impura.
           Neste período haviam duas castas de dançarinas:
      • As Awalim: Consideradas cultas demais para a época, poetizas, instrumentistas, compositoras e cantoras, cortesãs de luxo da elite dominante, e que fugiram do Cairo assim que os estrangeiros chegaram.
      • As Ghawazee: Dançarinas populares, ciganas de origem indiana descendentes dos Sinti, que passavam o tempo entretendo os soldados. As Ghawazee descobriram nos estrangeiros, clientes em potencial e foram proibidas de se aproximarem das barracas do exército. No entanto, a maioria não respeitava as novas normas estabelecidas, e como consequência, quatrocentas Ghawazee foram decapitadas e as cabeças foram lançadas ao Nilo. 
           Em 1834, o governador Mohamed Ali, proibiu as performances femininas no Cairo, por pressões religiosas. Em 1866, a proibição é suspensa e as Ghawazee retornam ao Cairo, pagando taxas ao governo pelas performances.
           No início da ocupação britânica em 1882, clubes noturnos como teatros, restaurantes e music halls, já ofereciam os mais diversos tipos de entretenimento.
           O cinema egípcio começou a ser rodado em 1920 e usou o cenário dos night clubs, com cenas da música e da dança regional. Hollywood passou a exercer grande influência na fantasia ocidental sobre o oriente, modificando os costumes das dançarinas árabes. Surgiram dançarinas consagradas, como Nadia Gamal e Taheya Karioca, entre muitos outros ainda hoje estudados pelas praticantes da Dança Oriental. Criaram-se bailarinas para serem estrelas, com estudos sobre dança, ritmos árabes e teatralidade.
           No Brasil a dança foi difundida pela mestra síria Sharahzad e mestra Saamira Samia.
           A Dança do Ventre, por não ter sido, em origem, uma dança moldada para o palco, não apresente regulações quanto ao aprendizado. Os critérios de profissionalismo são subjetivos, tanto no ocidente quanto nos países árabes, embora já comecem a ser discutidos no Brasil.
           Na passagem para o formato de palco, determinados elementos cênicos foram incorporados, principalmente no Ocidente:
           Espada:
      • A bailarina que deseja dançar com a espada, precisa demonstrar calma e confiança ao equilibrá-la em diversas partes do corpo.
      • Pontos de equilíbrios mais comuns: cabeça, queixo, ombro, quadril e coxa.
      • É considerado um sinal de técnica executar movimentos de solo durante a música. 
           Punhal:
      • O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos. 
           Véus:
      • É uma dança de origem ocidental norte-americana, tendo sido, portanto, criada a pouco tempo.
      • Hoje é uma dança extremamente popular, e mesmo os leigos na Dança do Ventre costumam entendê-la e apreciá-la.  
            
      Vídeo: Dança do Ventre com Véus
                                                

      Origem

           É comum atribuir a origem a rituais oferecidos em templos dedicados à Deusa Ísis, em agradecimento à fertilidade feminina e às cheias do rio Nilo. Embora a Egiptologia afirme que não há registros desta modalidade de dança nos papiros, as danças egípcias possuiam natureza acrobática. É possível que alguns dos movimentos, como as ondulações abdominais, já fossem conhecidos no Antigo Egito, com o objetivo de ensinar às mulheres os movimentos de contração do parto. Com o tempo, foi incorporada ao folclóre árabe durante a invasão moura no país, na Idade Média.
           Por possuir elementos corporais e sexuais femininos, acredita-se que sua origem remonta ao período Matriarcal, desde o Neolítico, cujos movimentos revelam sensualidade, de modo que a forma primitiva era considerada um ritual sagrado. A origem está relacionada aos cultos primitivos da Deusa Mãe. Provavelmente por este motivo, os homens eram excluídos do cerimonial. As mais antigas noções de criação se originavam da ideia básica do nascimento. Acreditava-se que a partir do sangue divino do útero e através de um movimento que agitasse este sangue, surgissem os "frutos", a própria maternidade. Essa é uma das razões pelas quais as danças das mulheres primitivas eram repletas de movimentos pélvicos e abdominais.
           As manifestações primitivas tiveram passagem pelo Antigo Egito, Babilônia, Mesopotâmia, Índia, Pérsia e Grécia, tendo como objetivo, através de ritos religiosos, o preparo de mulheres para se tornarem mães.

      Benefícios

           Uma arte milenar que envolve magia, mistério, beleza e sensualidade. Cheia de movimentos naturais e exóticos que promovem bem estar e vitalidade ao corpo.
           A dança do ventre:
      • Desenvolve a auto-estima;
      • Estimula a memória e a concentração;
      • Aumenta a confiança no próprio potencial;
      • Estimula a feminilidade;
      • Ativa a circulação, aumenta os reflexos e alivia as tensões;
      • Deixa o corpo flexível;
      • Auxilia em problemas menstruais, hormonais e parto;
      • Enrijece e tonifica músculos;
      • Atua no centro de energia do corpo (ventre), equilibrando-a.